
Tudo bem: Portugal gosta de futebol, ninguém alguma vez esquecerá o que foi aquele divertidíssimo mês de Junho de 2004 – e, não só uma adrenalina assim é fácil de gerir como, apesar de o investimento ser grande (a RTP que o diga), a sua rentabilização a curto, médio e mesmo longo prazo é passível de êxito. Mas não deixa de ficar demasiada coisa nas mãos de Queiroz e do seu fragmentado grupo de jogadores, incluindo portugueses e brasileiros, superestrelas e meros aspirantes, vencedores e derrotados recorrentes: tudo gente que, perante um grupo de qualificação relativamente acessível, apenas in extremis garantiu a presença na África do Sul – e que, ainda por cima, tem como comandante um homem bem menos mobilizador do que era Luiz Felipe Scolari.
O que me parece é que, por esta altura, estará toda a gente a fazer figas para que a campanha não redunde num fracasso. Inclusive aqueles que não têm nenhum tipo de imagens em exclusivo. Aparentemente, nem eles dispõem, por esta altura, de um plano B.
CRÓNICA DE TV ("Crónica TV"). Diário de Notícias, 18 de Maio de 2010