2. É difícil, para quem está de fora, perceber o discurso de Zeinal Bava. Diz o presidente da Portugal Telecom que o Meo está a pagar mais do que a Zon pelos conteúdos SportTV e, entretanto, desafia a uma intervenção do regulador para acabar com aquilo a que chama “comportamento irracional”. Por outro lado, ele próprio alimentou, com a exclusividade do Canal Benfica, a instalação de um clima de concorrência que acabou por prejudicá-lo – e que, aliás, prejudicou o telespectador. Para quê, agora, mudar as regras a meio do jogo?
3. O reforço dos conteúdos do canal Q, incluindo Inimigo Público (de Joana Cruz), Caça ao Cómico (de Rui Unas) e Melancómico (de Nuno Costa Santos), é mais uma boa notícia para o desenvolvimento da IPTV em Portugal. O Q não mudou a televisão portuguesa – e, se a mudar, será apenas sensivelmente. Mas um dia, quando se fizer a história dos passos que ela deu em direcção à modernidade, o seu nome não será esquecido.
CRÓNICA DE TV ("Crónica TV"). Diário de Notícias, 12 de Maio de 2010