
Pouco a dizer sobre a produção: o décor é o do costume, a realização é ágil e a apresentação de Sílvia Alberto competente (mesmo tendo em conta a precipitação de perguntas como “São casados?”, que às vezes levam os concorrentes a responder “Hããã…”). O problema é que, tal como acontece, por exemplo, quando se compara a versão nacional de Ídolos a algumas das suas congéneres estrangeiras, os miúdos, em si, estão longe de serem “supertalentosos, superinteligentes e super-rápidos”. Só na primeira edição que tive a oportunidade de ver, ainda o programa não ia a meio e já as crianças tinham perdido cinco provas consecutivas.
Resta aos produtores, naturalmente, a ferramenta da ordem: centrar as questões no universo infanto-juvenil (como acontecia com Sabe Mais Que Um Miúdos de Dez Anos?), perguntando sobre os cantores ultra-pop, a reciclagem ou o número de vogais do alfabeto. O problema é que, a partir daí, usar a expressão “cultura geral” já não será uma demagogia, como é agora: será apenas uma mentira.
CRÍTICA DE TV ("Crónica TV"). Diário de Notícias, 2 de Abril de 2010