
Entretanto, há várias razões para a deslocação de Trio D’Ataque, o formato da RTP (agora circunscrito à RTPN), à cidade de Newark, em New Jersey (EUA), de onde o programa desta noite será emitido. A primeira tem a ver com a própria RTP, que conserva a preferência entre os emigrantes, compensando com programação algum do protagonismo que vem perdendo nos domínios da distribuição. A segunda tem a ver com o programa propriamente dito, que é o melhor dos três debates semanais do género existentes na televisão portuguesa.
O Dia Seguinte, da SIC Notícias, está mais do que cristalizado: os coloquiantes às vezes nem sequer os jogos viram – e, ainda por cima, Sílvio Cervan veio tornar o tom da conversa praticamente insuportável. Prolongamento, da TVI 24, mal nasceu e já parecia velho, com Pôncio Monteiro e a sua provocadora personagem a relevarem-se insuficientes para manter vivo o interesse. Já Trio D’Ataque é de outra origem: nenhum dos participantes é uma estrela, mas regra geral todos eles pensam pela própria cabeça – e, inevitavelmente, a substância da discussão ganha com isso.
O que é preciso é que efectivamente continue a haver três clubes grandes, e não apenas dois. Mas isso é conversa de outra natureza.
CRÍTICA DE TV ("Crónica TV"). Diário de Notícias, 23 de Março de 2010