Conhecidos os candidatos aos prémios da Academy of Motion Picture Arts and Sciences, vulgo Óscares, chegou a altura de planear a transmissão da cerimónia, marcada para 7 de Março. E o mínimo que se pode pedir à TVI, que volta a deter os respectivos direitos para Portugal, é que faça melhor e muito diferente daquilo que tem feito nos últimos anos, ao longo dos quais deixou que os directos da mais espectacular festa da cultura pop internacional parecessem pouco mais glamourosos do que os diferidos da Grande Noite do Fado.
A cerimónia, já se sabe, vai mudar. Os apresentadores são novos, o número de nomeados é diferente – e, como o próprio formato das apresentações e entregas já vinha sendo progressivamente compactado, tudo indica que a Academia nos proporcionará este ano a gala mais fulgurante de sempre. Ora, manter Vítor Moura e José Vieira Mendes encafuados num estúdio minúsculo, cheios de sono e a dizer baboseiras sobre o som original, como vem acontecendo de há uma série de anos a esta parte, será simplesmente destruir um património.
Vivem-se tempos novos na TVI, que tem uma direcção nova, que dispõe agora de um canal noticioso e que se prepara para comemorar o seu 17º aniversário. Vivem-se tempos novos na televisão portuguesa também, com a nova prerrogativa (já posta em prática pela SportTV Golfe) de transmitir um programa em várias línguas ao mesmo tempo, permitindo ao espectador seleccionar uma delas através do comando da sua box. E muito bem faria Queluz se aproveitasse a gala, a sua antevisão e o seu rescaldo para dar um sinal de vida quanto às suas próprias possibilidades de glamour e sofisticação.
CRÓNICA DE TV ("Crónica TV"). Diário de Notícias, 3 de Fevereiro de 2010